Com medo de ter suas taxas glicêmicas subitamente alteradas, o diabético se vê muitas vezes com receio de comer frutas por não saber se elas são excessivamente calóricas ou não e acaba optando por não consumir esse tipo de alimento que é, no final das contas, extremamente importante para o bom equilíbrio alimentar de qualquer pessoa.
"O diabético pode comer qualquer tipo de fruta, mesmo aquelas consideradas as mais calóricas por sua alta taxa de carboidratos, como a banana, o caqui ou a uva", afirma a nutricionista Luciana Bruno, "Tudo depende da quantidade que a pessoa vai consumir", explica, "porque o excesso de carboidratos realmente aumenta a glicemia."
Segundo Luciana, há casos de diabéticos que por considerarem que a fruta é um alimento natural acham que podem comê-las à vontade e aí acabam se excedendo. As frutas são importante fonte de vitaminas, minerais e fibras e por isso não podem ser eliminadas da dieta alimentar da pessoa, mas elas não podem ser consumidas em quantidade indiscriminada, adverte Luciana. Elas devem ser incluídas entre os diversos itens de cada refeição principal ou fazer parte do lanche da tarde ou café da manhã. O diabético deve consumir entre duas e quatro frutas por dia e, para evitar o excesso, Luciana dá algumas dicas.
"Um dos cuidados que ele pode tomar é escolher preferencialmente a fruta em lugar do suco, porque para fazer um suco a quantidade exigida geralmente extrapola a que é recomendável para ele em cada dia", diz a nutricionista. Além disso, a fruta in natura permite que as fibras - encontradas em maior quantidade na casca do alimento - sejam mais bem aproveitadas.
As frutas têm mais ou menos a mesma quantidade de carboidratos por unidade e o importante para o diabético é saber o que é considerado como unidade nos diferentes tipos de fruta, para fazer sua escolha da maneira que mais lhe agradar. Assim, uma porção de uvas equivale a apenas 10 ou 12 gomos e uma porção de manga é formada por três fatias médias da fruta. O abacate, por sua vez, tem sua porção calculada no equivalente a três colheres de sopa.
"Muita gente tem medo de consumir o abacate, por exemplo, por acreditar que essa fruta é extremamente gordurosa, sem saber que a gordura do abacate é saudável, por ser monoinsaturada, tendo importante papel na redução das taxas de colesterol", afirma Luciana.
Em caso de dúvida em relação à alimentação - e na impossibilidade de ter o permanente acompanhamento de um nutricionista - Luciana lembra que o portador de diabetes deve sempre fazer o acompanhamento de suas taxas de glicemia. "Se ele tiver excedido, suas taxas vão se elevar duas horas após a refeição, indicando que ele deve procurar equilibrar a alimentação na refeição seguinte ou mesmo incluir uma caminhada na sua programação para tentar diminuir a glicemia", conclui.
A nutricionista lembra ainda que o bom controle glicêmico depende de um trabalho conjunto do paciente com o nutricionista, o médico, o enfermeiro e outros profissionais de saúde. "Às vezes a elevação das taxas de glicemia não é só resultado de alimentação inadequada e, sim, da necessidade de modificação nas dosagens de insulina ou medicamentos orais", explica Luciana.
Fonte : Diabetes Nós Cuidamos
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