Dia 14 de Abril de 2010 foi apresentada pelo Jornal Nacional da Rede Globo reportagem mostrando um pâncreas artificial, que consegue medir a glicemia e infundir insulina e glucagon. Publicado na revista Science Daily um sistema de pâncreas artificial que mimetiza o controle glicêmico muito próximo aos níveis normais, sem causar hipoglicemias em um pequeno número de pacientes. O estudo foi conduzido pela Universidade de Boston em Massachusetts – EUA. O aparelho consiste em um sensor intravenoso de glicose acoplado a bombas de infusão de insulina e de glucagon, o que o diferencia de todas as bombas existentes, que infundem apenas insulina. Para que tudo funcione é necessário um software com complexos algoritmos desenvolvidos para analisar as subidas e descidas da glicemia e mediar à liberação de insulina ou glucagon pelas bombas. É o primeiro estudo em Diabéticos tipo 1 que utilizam os dois hormônios conjuntamente e sem hipoglicemias. Os pesquisadores já haviam testado o sistema em porcos em 2007, o que levou a aprovação para os estudos em humanos.
O Estudo em questão acompanhou 11 portadores de diabetes tipo 1 e foi desenhado inicialmente para testar o software. Os indivíduos permaneceram por 27 horas no local com um sensor venoso (e não subcutâneo como os já existentes) e comiam 3 refeições com alto teor de carboidratos e dormiam no hospital. 6 participantes mantiveram ótimo controle enquanto outros 5 tiveram alguns episódios de hipoglicemia e receberam suco de laranja. Os pesquisadores perceberam uma enorme variação da absorção de insulina entre os indivíduos e até mesmo no próprio individuo. Aqueles que exibiram inicialmente uma característica de absorção mais lenta ou mais rápida da insulina repetiram o teste com adaptação do software e então, neste momento, nenhum dos participantes apresentou hipoglicemias ou hiperglicemias.
A expectativa dos pesquisadores é de conduzir um novo estudo com duração de 48h e utilizar crianças. Eles acreditam que conseguirão no futuro um aparelho que meça a glicemia acuradamente na pele, passe a informação para um microchip com um sofisticado software e esse faça a bomba liberar insulina e glucagon intermitentemente chegando aí sim ao verdadeiro pâncreas artificial. O estudo foi realizado com financiamento das seguintes instituiçoes: Juvenile Diabetes Research Foundation, the Wallace H. Coulter Foundation, the Charlton Fund for Innovative Research in Diabetes e the National Center for Research Resources.Conclusões: Ainda não temos o pâncreas artificial verdadeiro e para utilização rotineira como forma de tratamento dos portadores de diabetes que utilizam insulinas. Porém esse é um enorme passo para se chegar a este tão importante avanço tecnológico.
Márcio Krakauer – Presidente da ADIABC – Associação de Diabetes do ABC e colaborador do site da SBD.
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