As taxas atuais mostram que aproximadamente um em cada dez americanos tem diabetes e os riscos aumentam com o decorrer da idade. Até mesmo crianças e adolescentes estão desenvolvendo diabetes tipo 2. Um relatório divulgado pelo Grupo United Health mostrou que o tratamento da doença ocupa quase 10% de todas as despesas de saúde dos Estados Unidos.
Apesar de tais projeções sombrias, a diabetes é evitável. Mudanças simples nos hábitos de saúde podem diminuir o risco do desenvolvimento de diabetes tipo 2, que ocorre mais comumente com o envelhecimento e o sedentarismo. Diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, não relacionada ao envelhecimento ou estilo de vida. Genética, etnia e história familiar afetam as chances de uma pessoa desenvolver diabetes, mas você pode tomar medidas para reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Confira quatro pontos-chave para gerenciar a doença:
1 – Perca peso
“Quanto mais pesado nós somos, mais difícil fica para o nosso corpo”, analisa Armand Krikorian, especialista em endocrinologia e diabetes. “O organismo tem que fazer mais insulina para manter o açúcar no sangue sob controle”, completa. A insulina, uma substância criada no pâncreas, move a glicose do sangue para as células de gordura, dos músculos, e do fígado. Mas na diabetes tipo 2 o corpo não responde à insulina e a glicose se acumula no sangue. Pessoas acima do peso são mais propensas a desenvolver diabetes porque a gordura interfere na capacidade do organismo de utilizar a insulina.
Para exemplificar, o médico faz uma analogia: “Você tem um cavalo e lhe pede para correr o tempo todo. Você o chicoteia para correr mais rápido o tempo todo e não consegue correr mais. Quanto mais pesado eu for, mais força meu pâncreas precisa fazer para produzir mais insulina e manter sob controle os níveis de açúcar. A longo prazo, o pâncreas se esgota e é aí que o diabetes aparece”, diz.
“Cerca de metade das pessoas com sobrepeso ou obesas tem pré-diabetes ou diabetes”, conta Mayer-Davis, epidemiologista especializado em diabetes.
Exercícios físicos queimam energia e ajudam o corpo a controlar a glicose. “Você não precisa correr uma maratona”, esclarece Krikorian. “Qualquer quantidade de atividade programada regular já está bom, mas quanto mais, melhor. Meia hora de atividade diária é um bom começo”, exemplifica.
Estudos revelaram que de 7 a 10% de perda de peso corporal já é o suficiente para ajudar muito com a prevenção do diabetes. “Nós não estamos dizendo que você tem para se tornar modelo de revista de moda”, diz Mayer-Davis.
2 – Cuide da qualidade e quantidade dos alimentos
É o mantra da saúde pública: coma frutas e vegetais. Toby Smithson, nutricionista e porta-voz da Associação Americana de Dietética, sugere também comer alimentos ricos em nutrientes, como proteína magra, cereais integrais e laticínios com pouca gordura. “Todos os alimentos podem caber em uma dieta saudável”, conta. “A chave é a porção, para se certificar de que a alimentação está equilibrada ao longo do dia”, aponta.
Apesar das pessoas terem necessidades dietéticas diferentes, uma orientação geral é de duas porções de leite (ou iogurte) semidesnatado ou desnatado, e de duas a cinco porções de frutas por dia. Além disso, são recomendadas de quatro a doze porções de grãos, feijão e legumes ricos em amido, de três a cinco porções dos demais legumes e de duas a três porções de proteína magra diariamente.
Estudos mostram que uma dieta com baixo teor de gordura reduz o risco de diabetes. “Mas não importa qual o plano de perda de peso que uma pessoa escolhe, contanto que ela reduza as calorias”, aconselha Mayer-Davis.
3 – Procure apoio
As pessoas sabem que devem comer direito e praticar exercício, mas colocar isso em prática é uma luta diária. Estudos mostram que pessoas em um grupo de intervenção de estilo de vida podem reduzir riscos de diabetes. O grupo aprende formas saudáveis de comer, como praticar exercícios e melhorar de vida. O apoio é mensal.
“A dinâmica de grupo pode compartilhar os métodos que funcionam para eles, seus sucessos e lutas, que podem ser úteis às demais pessoas”, explica Mayer-Davis.
Se você não conhece um grupo de apoio, procure apoio em pessoas próximas – amigos e parentes – que possam encorajá-lo.
4 – Aja agora, antes que você seja diabético
“Se você não quer ter diabetes e acabar tendo de controlar a taxa de açúcar no sangue constantemente, tomar comprimidos e insulina, o momento de agir é agora”, sugere Krikorian. “Pratique exercícios físicos e perca peso. O diabetes é evitável”. Em geral, cerca de um terço das pessoas que estão na categoria de pré-diabetes desenvolvem diabetes num período de três a cinco anos.
“Estar no grupo de pré-diabetes não significa que você vai desenvolver a doença”, esclarece Krikorian. “Infelizmente, durante muito tempo nós não agimos, apenas quando já é tarde demais. Quando não sentimos perigo iminente, negligenciamos”, conta.
Pré-diabetes significa que você apresenta níveis acima do normal em um dos três testes: HbA1c, glicemia de jejum ou tolerância à glicose oral.
Se você seguiu todos os conselhos aqui citados e mesmo assim desenvolveu a doença, não é o fim do mundo. Diabetes não significa, necessariamente, amputações, cegueira ou hemodiálise. Essas são complicações para os piores casos. Muitas pessoas controlam o diabetes através de dieta adequada e exercícios físicos – e melhoram mesmo sem medicação.
Embora eles não estejam “curados”, são capazes de controlar a doença. “O aspecto positivo é que as complicações podem ser prevenidas”, ressalta Krikorian. “Ter diabetes não significa que você está condenado a uma vida de sofrimento”, finaliza.
Fonte: Portal Diabetes - Hypescience