Monitorização Domiciliar
A medida da glicose no sangue capilar é muito apropriada para avaliação da glicemia antes das refeições, permitindo a utilização de insulinas ultra rápidas. No entanto, algumas vezes razões de ordem psicológica, econômica ou social dificultam a realização desta técnica. O exame é rápido e de fácil execução.
Recomenda-se o uso da lanceta tornando o exame praticamente indolor.
Há uma grande variedade de glicosímetros disponíveis no mercado, todos são de boa qualidade e aferem com bastante segurança a glicemia capilar.
A cetonúria serve para indicar a presença de grande descompensação do Diabetes, podendo ser evidenciados em pacientes virgens de tratamento; naqueles que eventualmente tenham interrompido o tratamento insulínico; ou pela presença de alguma intercorrência orgâúnica grave, tais como: IAM, Infecções graves.
A presença de cetonas na urina é um sinal de alarme de que a situação metabólica está fora de controle. Por isso é preciso procurar um médico, ou um serviço de emergência para descobrir o que está de fato esta acontecendo de errado.
Hemoglobina Glicada e Frutosamina
O exame de Hemoglobina Glicada possui enorme importância na avaliação do controle do diabetes. É capaz de resumir para o especialista e para o paciente em tratamento se o controle glicêmico foi eficaz, ou não, num período anterior de 60 a 90 dias.
Isso ocorre porque durante os últimos 90 dias a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da concentração que existe no sangue. Caso as taxas de glicose apresentem níveis elevados no período, haverá um aumento da hemoglobina glicada.
Sempre é necessário individualizar o valor de A1C (hemoglobina glicada), levando em conta vários dados clínicos como idade, presença de outras doenças e/ou risco de eventos freqüentes de hipoglicemias.
Estudos clínicos, realizados em grandes centros foram capazes de demonstrar que a manutenção de A1C em valores o mais próximo possível do normal foi acompanhada de redução significativa do surgimento e da progressão das complicações micro e macro-vasculares. Isso ocorreu tanto em pessoas com diabetes do tipo 1 (DCCT), quanto do tipo 2 (UKPDS).
Para consensos nacionais e internacionais, o valor de A1C mantido abaixo de 7% promove proteção contra o surgimento e a progressão das complicações microvasculares do diabetes (retinopatia , nefropatia e neuropatia).
As pessoas que já apresentam complicações em estágios avançados (insuficiência renal terminal, doença vascular difusa) ou que são portadores de outras condições clínicas que reduzem a qualidade de vida podem ter como meta de tratamento valores de A1C um pouco mais elevados.
Outros exames como “dosagens da taxa de glicemia” (no laboratório) e “glicemia capilar (ponta de dedo)” apresentam parâmetros que podem sofrer oscilações importantes por influência de diversos fatores, tais como: alimentação, exercícios, medicação etc. Mas, é claro, não deixam de ser importantes e devem continuar a fazer parte do acompanhamento das pessoas com diabetes.Vale ressaltar o papel da glicemia capilar para os pacientes insulino-dependentes, permitindo o ajuste das doses de insulina naquele determinado momento.
Frutosamina
Este exame é capaz de apresentar o controle glicêmico das últimas 4 a 6 semanas. Pode ser útil para a avaliação de alterações do controle de diabetes em intervalos menores, para julgar a eficácia de mudança terapêutica, assim como no acompanhamento de gestantes com diabetes.
A dosagem da Frutosamina também pode ser indicada quando, por razões técnicas, a A1C não é considerada como um bom parâmetro de seguimento (hemoglobinopatias e na presença de anemia).
Exames para Detectar Complicações Crônicas
Retinopatia Diabética
No caso do diabetes tipo 1, após cinco anos do diagnostico é recomendável a realização de um exame oftalmológico anual. O foco principal deverá ser a oftalmoscopia com dilatação pupilar. Após a primeira realização, este exame poderá ser feito anualmente.
Já no caso do diabetes tipo 2, como não se sabe por quanto tempo a pessoa é portadora da doença, é recomendável que o exame seja realizado assim que o quadro seja diagnosticado.
É interessante que o exame fique fotografado para auxiliar a avaliação posterior e o plano de tratamento por meio da Retinografia (fotografia do fundo do olho). No caso de aparecerem sintomas de Retinopatia, tal análise deverá ser complementada com a Angiografia, que é o registro da imagem da circulação da retina.
Nefropatia Diabética
Esta complicação acontece quando se detecta albumina na urina, assim como alterações da taxa de filtração glomerular. Esta constatação é feita através da Microalbuminúria e do Clearence de creatinina É importante que este exame seja realizado anualmente nas pessoas com diabetes. (há pelo menos 5 anos após o diagnóstico do Tipo 1 e, imediatamente, com a constatação do Tipo 2).
É comum surgir algum resultado alterado. Isso ocorre porque várias situações podem gerar resultados positivos. São elas: infecção urinária, exercícios físicos, diabetes e hipertensão mal controlados. Por isso é muito importante a confirmação em outras amostras. Esses exames são realizados em urina de 24h.
Neuropatia Diabética
É comum que as pessoas com diabetes não apresentem sintomas de neuropatia, tornando-se necessário uma atenção especial nestes casos. Estatísticas apontam que cerca de 60% dos portadores de diabetes desenvolvem neuropatia. Deste universo, apenas 20% são sintomáticos.
Exames clínicos (como avaliação dos pés, testes de sensibilidade), com monofilamento dos reflexos tendinosos, podem identificar a presença de neuropatia em muitas pessoas. Mas também é possível avaliar a função dos nervos através da chamada eletroneuromiografia. Esse exame é composto de duas etapas: o estudo de condução nervosa (ou eletroneurografia) e a eletromiografia.
Na parte inicial do exame são aplicados pequeninos choques nos nervos, produzindo respostas que são registradas. Na parte final, utiliza-se uma agulha fina, para registrar a atividade elétrica dos músculos.
O estudo de condução nervosa é suficiente para diagnosticar as formas mais comuns de neuropatia diabética (como a polineuropatia distal e a síndrome do túnel do carpo), não sendo necessária a realização do exame com agulhas.
É recomendável que a avaliação da neuropatia diabética seja feita anualmente em todos os pacientes com diabetes, a partir do 5º ano da doença ou em casos onde já existam sintomas antes dessa época.
Complicações Cardiovasculares
Para todas as pessoas com diabetes, é importante uma avaliação anual sobre o risco de doenças cardio-vasculares.
Além do exame clínico com o médico, é recomendável a realização dos exames de rotina relacionados com os fatores de risco, assim como:
Avaliação do diabetes;
Colesterol total, HDL, e LDL;
Triglicérides;
Pressão arterial.
Quando indicado, a realização de testes para a detecção de isquemia miocárdica. Alguns testes são indicados para essa avaliação observando-se as características de cada paciente:
Ecocardiograma;
Teste ergométrico (o chamado teste de esforço ou esteira);
Teste ergométrico com cintilografia miocárdica (MIBI).
Em situações especiais, para pacientes impossibilitados de realizar atividades físicas outros exames podem ser necessários para a detecção de isquemia miocárdica:
Cintilografia miocárdica com stress farmacológico (Dipiridamol + MIBI)
Ecocardiograma com stress farmacológico (ECO + Dobutamina/ECO + Atropina).
Esses exames auxiliam na obtenção do diagnóstico precoce da insuficiência coronária. O que pode resultar na prevenção de eventos cardíacos maiores. Os pacientes com baixo risco (jovens, com diagnóstico recente de diabetes, sem outros fatores de risco) podem ter uma avaliação mais simples (eletrocardiograma de repouso).
Detecção de Acidentes Vasculares Cerebrais ou Obstrução das Artérias das Pernas
É fundamental a realização de exame clínico, onde o profissional detecta a redução da pulsação das artérias e sente a temperatura local. Os sintomas que são sugestivos para a ocorrência destes problemas são: dores nas pernas após atividade física (como caminhada), extremidades dos pés frias, etc.
Um tipo especial de ultra-sonografia chamada Doppler pode avaliar o leito arterial. O exame é indolor, e possibilita a visualização das artérias, além da detecção da presença de placas de ateroma em suas paredes. O que torna possível avaliar o grau de estreitamento do calibre vascular.
Exames:
Ultrasonografia, com doppler, Carótidas e vertebrais
Ultrasonografia, com doppler arterial dos Membros inferiores.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes
Link: http://www.diabetes.org.br/para-o-publico/tudo-sobre-diabetes/exames
http://www.clieme.com.br/