Meu nome é Claudivan, tenho 40 anos, sou casado e temos uma filha de 19 anos, moro em Caruaru-PE (a capital do forró, terra do Mestre Vitalino). Quando eu tinha 14 anos, em 1984, fui diagnosticado com Diabetes (DM 1), minha taxa glicêmica estava altíssima e eu mal conseguia brincar, fui internado em hospital público, pra minha surpresa na primeira hora de internação reparei que estava tomando um soro glicosado, alretri os enfermeiros que providenciaram a troca, fiquei 30 dias internado neste hospital, perdi mais alguns quilos, já havia emagrecido 15 quilos quando a diabetes surgiu, fui transferido pra uma clínica particular, onde passei mais 1 semana, o médico (Dr. Walter Lyra) vendo que não conseguia controlar meu diabetes, indicou um hospital público na capital (Recife-PE) onde havia um médico, seu ex-professor Dr. Ney Cavalcanti (http://www.diabetes.org.br/colunistas-da-sbd/pontos-de-vista), especialista nesse tipo de tratamento, o Hospital era o Agamenon Magalhães em Casa Amarela , onde fiquei internado por mais 30 dias e era acompanhado sempre por uma equipe médica, além de receber tratamento odontológico e outros. Ao final desses 30 dias de internação estava recuperado, ganhei peso, quando cheguei estava com 38 quilos, ao sair com 53 quilos. A dieta prescrita pela nutricionista na época foi de 3.000 calorias/dia e eu ainda comia as sobras de meu companheiro de enfermaria, no pátio desse hospital havia uma lanchonete e muitas vezes fui flagrado comendo uma tortinha de chocolate por lá. Desde então sou insulino dependente, aprendi a aplicar a insulina logo no início e nunca precisei da ajuda de ninguém pra me aplicar, hoje ainda tomo insulina NPH, há alguns anos tomo também a Novorapid e faço monitorização capilar, furo os dedos entre 4 e 8 vezes ao dia. Pela experiência, acredito que meu tratamento seria mais eficaz com o uso de insulina Lantus, mas todos nós sabemos das dificuldades de acesso a esses medicamentos. Em 1998, minha filha com 7 anos, começou a apresentar sintomas de diabetes, imediatamente fizemos exames laboratoriais e confirmamos o diagnóstico, não pensei duas vezes antes de procurar interná-la, desta vez fui direto pra Recife, pois em Caruaru, tudo continuava como antes, o atendimento médico/hospitalar não havia melhorado, procurei o IMIP (http://www2.informazione.com.br/imip.html) e consegui interná-la, onde ficou por 8 dias e se recuperou. No primeiro dia de internação, uma enfermeira se aproximou com uma seringa (insulina) e ia aplicar, mas eu impedi, ela estranhou e disse que precisava medicar a paciente, então perguntei a ela se quando fôssemos pra casa ela iria nos acompanhar e continuar aplicando a insulina de minha filha, ela respondeu que não, então eu lhe disse pra entregar a seringa a minha filha, e minha filha desde então nunca precisou que ninguém aplicasse suas doses diárias de insulina, há alguns anos procurei o Ministério Público e consegui pra ela o tratamento com Lantus, Novorapid e insumos pra monitorização.
Este ano estou colocando em prática um sonho necessário, estou criando a Associação de Diabéticos de Caruaru - ADICA, estamos em fase inicial de formalização, acredito que no começo de outubro estaremos em pleno funcionamento, mesmo antes da associação estar pronta, muitas pessoas tem me procurado e temos ajudado na medida do possível. A associação será sediada em caruaru, mas estaremos abertos para atender aos portadores de diabetes de toda região agreste de Pernambuco.
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